Essa é a pergunta que muitas pessoas me fazem quando digo que sou Psicomotricista ou se conhecem a Psicomotricidade. Mas essa realidade está mudando e a conscientização e indicação por profissionais da saúde estão em ascensão.

Antes de adentrarmos em nossos estudos, é fundamental apresentar as definições relacionadas à Psicomotricidade. Historicamente, a expressão "psicomotricidade" emerge do âmbito médico, com Dupré, neurologista francês, durante o início do século XIX, quando ele notou dificuldades motoras e comportamentais em pacientes. Com o avanço e as descobertas na neurofisiologia, passou-se a constatar a existência de diversas disfunções graves, mesmo na ausência de lesões evidentes no cérebro ou quando essas lesões não estavam claramente localizadas. Este contexto histórico contribui para uma compreensão mais aprofundada da origem e evolução do conceito de Psicomotricidade.

Psicomotricidade, conforme indicado pelo dicionário (Aurélio, 1988) é um substantivo feminino e significa a integração das funções motoras e psíquicas em consequência da maturidade do sistema nervoso.

Assim como destaca a Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP, 2024): Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

Desejo conduzi-los a uma compreensão mais aprofundada deste tema. Ao refletirmos sobre o ambiente em que uma criança nasce, as experiências às quais ela é exposta e as interações que estabelece com seu meio, é imperativo considerar, também, as influências genéticas. Todos esses elementos em conjunto moldam singularmente o desenvolvimento de cada indivíduo. É fascinante perceber como fatores ambientais, relações interpessoais e elementos genéticos entrelaçam-se, contribuindo para a complexidade do processo de desenvolvimento infantil. Neste curso, exploraremos essas interconexões, visando aprofundar nossa compreensão e, por conseguinte, aprimorar nossas práticas educacionais.

Cada criança é única, mas cuidado com a frase “cada criança tem seu tempo”. Cada criança tem sua velocidade de reação, cada criança tem sua velocidade, mas não podemos esperar que uma criança de 2 anos ainda não ande porque isso não é o esperado pela literatura.

O movimento psicomotor é intrinsecamente intencional, carregado de uma ação planejada, direcionada a um propósito específico. Defendo a visão de que a psicomotricidade busca abranger de forma abrangente a complexidade do ser humano, rejeitando abordagens que fragmentem as dimensões do corpo, sujeito e afetividade. Nesse contexto, almeja-se, por meio da expressão motora, estabelecer um equilíbrio coerente entre os aspectos da organização motora, cognitiva e sócio-afetiva.